sábado, 29 de janeiro de 2005

"Todas as manhãs do mundo são sem retorno"

É engraçado como às vezes eu me deparo com coisas que eu pensava ter esquecido como eram. A felicidade intensa e insana que se pensa ser eterna mas não brilha mais de um minuto e apaga (e junto com ela apaga o sorriso).
Céus! Há quanto tempo eu não ria até ficar com as bochechas doloridas? Há quanto tempo eu não sentia que eu não me perdi de mim e que as coisas ainda são possiveis?!
Há quanto tempo eu não andava em círculos mas sentia cada minuto diferente?
O triste é pensar que um dia isso vai apagar, como já apagou tudo antes. O que queima na mais intensa chama um dia vira cinza, pó. E vem um sopro e carrega tudo, deixando só as marcas do fogo.
Hoje eu me senti assim, correndo atrás de mim como uma criança corre atrás de um balão. E quando eu encarei aqueles dois espelhos irreais eu descobri que eu era o próprio vento que levava o balão.
E como a muito tempo eu senti um pedaço de mim indo embora e voltando e indo embora e voltando e indo embora.
A luz invadiu a casa e se achou capaz de tudo, pois até as mais grossas paredes ela era capaz de penetrar... Mas ela se deparou com os espelhos... E a luz tão forte que era se transformou em fragmentos de cores fracas.

Eu não sou unipotente, nem unipresente. AINDA BEM! Porque todas as manhãs do mundo são sem retorno e essa para mim foi linda por ter sido simples.


mas eis que chega a roda viva e carrega o meu sonho pra lá...




♡♥

Um comentário:

Pedro Nakasu disse...

Não, amiga
Não pense que o que é alegre e feliz pode ser varrido pelo tempo, ou por vc. Poque aquilo que nos faz realmente bem, que nos alivia dos sofrimentos da vida, que nos acalma do desespero do tempo, aquilo é imutável, pois fica inserido dentro da consciência, e quando pensamos que esquecemos, de repente vêem à tona como num vendaval, e nos fazem felizes de novo.