sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Apócrifos, das cartas interminadas: Lençóis



e no fim...




Da minha janela posso ver uma nesga de céu laranja. Dizem que noites assim são noites de chuva, mas o vento que sopra é só frio e não me traz uma gota d'agua sequer.
Posso ouvir num ponto distante fora do meu quarto uma televisão ligada, sintonizada num daqueles programas de madrugada, e um silêncio se arrastando entre os casais que dividem a mesma cama. Falta-me o sono.
Me pergunto quantas pessoas estão, como eu agora, olhando o céu laranja que se abre em buracos cor de chumbo quando faltam nuvens.
Meus pés passeiam por entre os lençóis.
Deslumbra-me a pouca luz que cai sobre mim. Será que o céu é laranja porque reflete a luz dos postes? Se for assim, alimento o desejo de uma queda de energia. Só pra descobrir a verdadeira cor do céu. E ver as tais estrelas que a luz esconde.




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Nesses apócrifos colocarei trechos ou cartas inteiras não enviadas. Ou ainda textos não concluídos ou que mereciam a fogueira.



Qualquer Deja Vu é mera vontade do 'ter sido'.

7 comentários:

Morganna disse...

madrugadas e sextas-horas bonitas as tuas. e tuas fotos são as melhores! rá! :**

Anônimo disse...

jardins e lençóis, pés e flores. chuva em coração.

Thalita Castello Branco Fontenele disse...

Foi como te ver sentada sobre o resto de tronco ancião, encobrindo a luz do poste que me ardia os olhos. Não sai daí não, você é tão bonita.

Marcelo Mesquita disse...

Teus alaranjados me recordaram os tons coloridos que amellie poulain jamais me deixa apagar da memória!

Ramon de Alencar disse...

...
-E quando olhamos o céu, será que ele nos olha?

www.jotelog.cl/jornalintimo disse...

eu não tenho dormido bem ultimamente, lara. acho que você imagina o motivo, talvez você também esteja do mesmo jeito. ainda bem que conseguiu transformar a noite insone em boas palavras.
=)

henrique disse...

a fogueira inclemente do blogspot