sexta-feira, 20 de agosto de 2010

La maison de mon rêve

Do antes eu não me lembro. Só sei que eu corria e chovia muito. Sem sentido.
Então eu cai de uma forma impossível numa escadaria de degraus largos e você me abraçou pela costas, de joelhos. Puxou minha cabeça para trás. Seus olhos e os meus, mas eu não os reconhecia. Esticou o corpo para que sua boca alcançasse a minha, colando o pescoço no meu nariz pequeno. Foi aí que eu lembrei de você, que só me toca assim enquanto durmo. Depois me disse alguma coisa que eu não consegui ouvir, pois só prestava atenção na água que pingava do seus cabelos e escorria no meu rosto como pequenas lágrimas. Provavelmente minhas, já que no sonho tudo sou eu.
E você sorria esperando qualquer resposta. Eu? Eu queria guardar tudo, mapear seus traços, buscá-los quando estivesse novamente em vigília.

Te perco de vista. Meu joelho sangra e me dilui na água num suspiro vermelho escuro.


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